Sou cria de gente humilde... vinda da ribanceira cabocla, as margens dos “Igapós” e “Igarapés” encantados.
Neto de seringueiro... filho de “garapeiro”... cultivei cada ensinamento, conto, “potoca” e lamento... de sentimentos
Rasteiros e cantos mateiros.
Meu avô me ensinou a amar a alegria... viver cada dia o sorriso que lhe conferia... nas tardes ardis balançava... de papo pra “riba” e barriga elevada... o açaí que tanto tomava, trazia a azia... mas nos alimentava.
Me enraizei em terra interiorana... fonte de inspiração latente. Terra que pariu o “ponteado” de mestre Vieira... o inventor da “guitarrada”. Cenário da peleja da Cabanagem... aqui as lendas se mesclam á realidade... o povo ri, dança, mesmo de barriga vazia.
Nossa música, interiorana, sem regras ou partituras, as vezes “camba” ao arrasta - pé... depois balança nossa mente, como rede de “mãe com menino novo”.
Como as cantorias da terra de Elomar e seu Ribeiro, também cantamos e “ponteamos” nossos lamentos, em tonalidades simples, porém prazerosas .
Gmpastana.
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